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sábado, 19 de março de 2011

AO ALCANCE DAS MÃOS

Uma noite para todos. Sim! A sensação de poder tocar o céu com as próprias mãos. Uma noite para sonhar. Um bom motivo ou apenas uma boa desculpa... Tanto faz! Hoje a Lua esteve enorme.
Revestiram a Lua de misticismos. Dezenas de lendas de lua cheia e seus personagens folclóricos. Alguns enxergam nela uma imagem boêmia, ou teriam estes, se valido de um pretexto para suas versões ocultas?
O fato é que a Lua só estará tão próxima geograficamente da Terra daqui 18 anos. Neste tempo sua vida terá mudado e o seu olhar para a lua terá aspectos que agora você não conseguirá imaginar. Em 18 anos, uma geração terá crescido. Nossos bebês não terão mais medo de Lobisomem; no entanto, terão descoberto outros medos que os farão voltar para casa, vez ou outra, em alguma noite enluarada, e pedir um colo. Porém, continuaremos a olhar para o céu todas as noites em que necessitarmos de respostas para perguntas mal feitas.
Acabamos por dar a Lua um dom, até então, pertinente às estrelas: o romantismo. Hoje, muitos pararam para contempla-la e estender esse brilho as suas vidas. Alguns quiseram eternizar, outros desejaram que esse momento acabasse logo.
Mas nada disso importa. Não é a Lua: somos nós! Nossos medos, nossas desejos, nossos amores. E assim continuará sendo, com os astros no céu e a vida seguindo o percurso que escolhermos.
De qualquer forma, há coisas que valem apena em uma noite fria... Hoje é um exemplo.


21:00h

22:00h

domingo, 6 de fevereiro de 2011

PATAGÔNIA - João Batista Melo

"chamamos fatalidade às coisas ruins que ocorrem comos outros. Quando somos envolvidos de alguma maneira na desaventura, existe apenas o mal, engendrado por outrem ou por nós mesmos. Não há lugar para o acaso ou o destino nas infelicidades que nos afligem diretamente. [..]

Ninguém conta histórias são as histórias mesmo que se contam. [..]

Pensou novamente em dedicar-se à profissão de bandido com o único feito de sugar na ilegalidade o que os poderosos roubavam sob a tutela do direito. Mas resolveu persistir na tentativa de ser escritor. [...]

Uma bala não retrocede, não se atira de trás para frente, não se desloca do corpo ferido de volta ao cilindro escuro onde aguarda o disparo. Projeta-se de modo irretroativo, saltando na mesma cadência dos ponteiros de um relógio, que nunca repõem o tempo já marcado. Não há tiros ao contrário, inexistem balas suspensas no ar.
[..]
Podia ser acusado somente de ter bebido copos de uísque nas comemorações que alguns dos elementos do bando fizeram ao se reunir.
[..]
Quem anda sempre cabisbaixo, nunca pode ver as estrelas...
[...]
A verdade é um fio de fumaça que se contorce na brisa. Fluída e flácida. [...]
Será que estamos sempre presos em algum lugar, em alguém, em alguma sensação? [...]

A Patagônia não é um lugar; é a vontade de ir sempre mais longe."
"A nação é um sonho, uma fantasia, uma idealização. Precisamos de um porto onde estabeleçamos as regras e os limites. Como há muito tempo recolhi das águas as minhas âncoras e me tornei um náufrago do mundo, estalo o chicote e considero que de alguma forma estou agora em meu próprio país. [..]
Nomes que se fundem em faces. Palavras que significam rostos. Nomes. Construções rituais de letras, evocações mágicas que arrancam a atenção de um homem, que o identificam, que o delimitam."
"Sinto que eu próprio estou em formação ao longo do tempo, que a vida e a Terra são uma grande fogueira onde danço nessa noite, nas anteriores e nas seguintes, à procura de uma forma definitiva que não sei se vou encontrar."
"Perco, assim, as conformações da geografia e encontro amparo nas únicas fronteiras que me pertencem: os meus próprios limites. São as coisas pensadas e sentidas, as pessoas ao meu redor mesmo quando as desconheço, os cenários se compondo ante meus olhos a cada momento, que se juntam para traçar os mapas de meu próprio país. Talvez eu não possua origens ou destino. Talvez  minha pátria seja o presente." 

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

SÓ QUERIA UMA FOTO...

Hoje não estou afim de escrever muito, na verdade, faz tempo que não escrevo nada. Mas até que eu me entenda e tudo volte ao normal, o melhor a fezer é mostrar que eu continuo fazendo algo.
Só queria uma foto pra dizer tudo. Pra mostrar esse momento em que as palavras estão bloqueadas. Pra recuperar algo que havia até esquecido que perdi.
Não é a foto perfeita. Não é o lugar perfeito. Não, definitivamente não é o momento!
Mas fazendo um balanço, até que ficou legal...

Se houver amanhã é porque ele será melhor do que hoje. E, por hoje isso.




Ponte sobre Rio Caí - Vale Real, RS (14/01/2011)