Total de visualizações de página

domingo, 6 de fevereiro de 2011

PATAGÔNIA - João Batista Melo

"chamamos fatalidade às coisas ruins que ocorrem comos outros. Quando somos envolvidos de alguma maneira na desaventura, existe apenas o mal, engendrado por outrem ou por nós mesmos. Não há lugar para o acaso ou o destino nas infelicidades que nos afligem diretamente. [..]

Ninguém conta histórias são as histórias mesmo que se contam. [..]

Pensou novamente em dedicar-se à profissão de bandido com o único feito de sugar na ilegalidade o que os poderosos roubavam sob a tutela do direito. Mas resolveu persistir na tentativa de ser escritor. [...]

Uma bala não retrocede, não se atira de trás para frente, não se desloca do corpo ferido de volta ao cilindro escuro onde aguarda o disparo. Projeta-se de modo irretroativo, saltando na mesma cadência dos ponteiros de um relógio, que nunca repõem o tempo já marcado. Não há tiros ao contrário, inexistem balas suspensas no ar.
[..]
Podia ser acusado somente de ter bebido copos de uísque nas comemorações que alguns dos elementos do bando fizeram ao se reunir.
[..]
Quem anda sempre cabisbaixo, nunca pode ver as estrelas...
[...]
A verdade é um fio de fumaça que se contorce na brisa. Fluída e flácida. [...]
Será que estamos sempre presos em algum lugar, em alguém, em alguma sensação? [...]

A Patagônia não é um lugar; é a vontade de ir sempre mais longe."

Nenhum comentário:

Postar um comentário