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sexta-feira, 19 de julho de 2013

Mas é a vida...


É... Vida...
Aliás, não sei muito bem o que é vida nos últimos tempos...
Vida é um raio de sol
Ou um bocejo
Um prato de feijão com arroz
Um arrepio quando está quente e vem o vento gelado no final da tarde
Um minuto de paz
Uma trégua
12 horas de trabalho
Vontade de mais um pouco
Bater com o dedinho do pé esquerdo na cômoda
Gritar bem alto qualquer coisa
Sussurrar bem perto do ouvido de alguém...
E desejar que esse alguém diga algo também
E quando esse alguém não responder, é ouvir a voz do vento
E ser livre pra escolher a resposta que desejar
E desejar a liberdade das perguntas
Porque na verdade não são as respostas que importam... Só as perguntas
Vida é não saber a hora de parar
Vida é o barulho da chuva caindo no telhado
É o silêncio das noites geladas
É o calor das cobertas
É o calor das pessoas
É o frio da cama vazia
... Do coração indeciso
Da vontade e do desejo
Do gosto do beijo
É o termômetro pro próximo passo
É o tropeço
É uma dança colada
Cabeça no ombro
É uma lágrima
É erguer-se
Permitir uma dança
Inventar um ritmo
Que leve pra qualquer lugar
É o corpo
É a alma
É um abraço de cinco minutos
Fazer um gol nos acréscimos
Descombinar as cores da roupa
É trocar todas as certezas por algo que te desafie
É manchar uma camiseta comendo uma fruta
Usar uma meia de cada par sem perceber
É cortar o cabelo sem medo do que irão dizer
Pintar uma parede de cada cor
É se aventurar na cozinha
Queimar a língua ao provar
Sentir vergonha e sorrir amarelo
É um ataque de riso na hora errada
É uma piada
É uma saída estratégica
É não fazer sentido
É correr uma maratona
É a preguiça
É inventar uma desculpa esfarrapada
É um banho de mar
É assumir uma culpa
É contar uma história
Reinventar a receita
É tudo muito lindo
Vida é...
Vida.

*Texto escrito em parceria com Evandro Vedovelli

Dois anos...

     Completo hoje dois anos no Jornalismo. Não vou dizer que parece que foi ontem, que tudo passou muito rápido. Não. Dois anos bem vividos na profissão que escolhi; no trabalho que sou. Dois anos que só eu sei o quanto foram corridos, difíceis, mas sem dúvida, muito prazerosos.
     Por mais que sonhamos com o futuro, e trabalhamos muito para aproximar o sonho da realidade, há dias decisivos. Dias que não foram programados. Dias pra pequenas coragens e grandes loucuras. Dias que, em frações de segundos, tomamos a atitude que fará tudo ser diferente.
     Dois anos da primeira reunião de pauta. Eu quietinha, ouvindo e anotando tudo, com medo de errar. Dois anos da primeira pauta, dos primeiros desafios, da primeira entrevista, da primeira coletiva... Dois anos! E depois desse dia se seguiram tantos outros... Novas pautas, novas editorias (graças a Deus me livrei de fazer o obituário), novos entrevistados, novos “não posso atender agora”, nova redação.
    Quando troquei de jornal, muita coisa mudou; só eu não. Ainda era a mesma menina louca pra mudar o mundo, que rabisca em frases sucintas as informações no bloquinho. “Menina, tu vai anotar só isso? Como tu vai escrever depois?”, me perguntaram na primeira entrevista.
Cobri assuntos que nunca imaginei que conseguiria entender. Vi asfalto desabar e precisei esperar dois anos (!) pra ver consertar. Vi os primeiros passos de tantos projetos e, em dois anos, eles se consolidando e recebendo reconhecimento.
    Das coisas que vi e ouvi, há tantas que a vida pode passar, de dois em dois anos, e mesmo assim, nunca vou esquecer. Ainda vou chorar toda vez que ouvir uma Orquestra tocando Elvis. E sorrir com o canto da boca, meio sem jeito, sempre que pedir para que alguém soletre o sobrenome...
    Mudanças, mudanças.... Meus dois anos foram construídos de partezinhas: de pessoas diferentes, de lugares, de aprendizados, de estudo, de trabalho. Montei meu mosaico, e ele sou eu.
    Dois anos e já aguentei assessor chato. Release mal escrito, informação mal apurada. Dois anos e engoli repórter prepotente, informações mal passadas e reclamações pelos meus releases. Vivi os dois lados pra entender que Jornalismo não tem lado.
    Já vi meu texto com crédito de outro (!) e já recebi crédito que não era meu; já encarrei cara feia por matéria publicada; já respondi por texto que não saiu; dei tantas explicações, quanto parágrafos escrevi.     Já enfrentei gente pra defender a pauta... Fiquei com medo e uma porção de outros sentimentos... Mas, voltei lá, porque quando a gente faz a coisa certa é orgulho que precisamos sentir!


Jornalista eu serei daqui a alguns semestres, quando finalmente pegar meu diploma. Sou e sempre serei repórter, com muito orgulho! Ah.. Esses dois anos já me ensinaram tanta coisa... A principal: que tenho tudo a apender, e que cada vez mais, isso é a minha vida.