Completo hoje dois anos no Jornalismo. Não vou dizer que
parece que foi ontem, que tudo passou muito rápido. Não. Dois anos bem vividos
na profissão que escolhi; no trabalho que sou. Dois anos que só eu sei o quanto
foram corridos, difíceis, mas sem dúvida, muito prazerosos.
Por mais que sonhamos com o futuro, e trabalhamos muito para
aproximar o sonho da realidade, há dias decisivos. Dias que não foram
programados. Dias pra pequenas coragens e grandes loucuras. Dias que, em
frações de segundos, tomamos a atitude que fará tudo ser diferente.
Dois anos da primeira
reunião de pauta. Eu quietinha, ouvindo e anotando tudo, com medo de errar.
Dois anos da primeira pauta, dos primeiros desafios, da primeira entrevista, da
primeira coletiva... Dois anos! E depois desse dia se seguiram tantos outros...
Novas pautas, novas editorias (graças a Deus me livrei de fazer o obituário),
novos entrevistados, novos “não posso atender agora”, nova redação.
Quando troquei de jornal, muita coisa mudou; só eu não.
Ainda era a mesma menina louca pra mudar o mundo, que rabisca em frases sucintas
as informações no bloquinho. “Menina, tu vai anotar só isso? Como tu vai
escrever depois?”, me perguntaram na primeira entrevista.
Cobri assuntos que nunca imaginei que conseguiria entender.
Vi asfalto desabar e precisei esperar dois anos (!) pra ver consertar. Vi os
primeiros passos de tantos projetos e, em dois anos, eles se consolidando e recebendo
reconhecimento.
Das coisas que vi e ouvi, há tantas que a vida pode passar, de
dois em dois anos, e mesmo assim, nunca vou esquecer. Ainda vou chorar toda vez
que ouvir uma Orquestra tocando Elvis. E sorrir com o canto da boca, meio sem
jeito, sempre que pedir para que alguém soletre o sobrenome...
Mudanças, mudanças.... Meus dois anos foram construídos de
partezinhas: de pessoas diferentes, de lugares, de aprendizados, de estudo, de
trabalho. Montei meu mosaico, e ele sou eu.
Dois anos e já aguentei assessor chato. Release mal escrito,
informação mal apurada. Dois anos e engoli repórter prepotente, informações mal
passadas e reclamações pelos meus releases. Vivi os dois lados pra entender que
Jornalismo não tem lado.
Já vi meu texto com crédito de
outro (!) e já recebi crédito que não era meu; já encarrei cara feia por
matéria publicada; já respondi por texto que não saiu; dei tantas explicações,
quanto parágrafos escrevi. Já enfrentei gente
pra defender a pauta... Fiquei com medo e uma porção de outros sentimentos...
Mas, voltei lá, porque quando a gente faz a coisa certa é orgulho que precisamos
sentir!
Jornalista eu serei daqui a alguns
semestres, quando finalmente pegar meu diploma. Sou e sempre serei repórter,
com muito orgulho! Ah.. Esses dois anos já me ensinaram tanta coisa... A
principal: que tenho tudo a apender, e que cada vez mais, isso é a minha vida.
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