De repente deu saudade daquela época
que não sabíamos o que vinha a seguir. Das conversas que conversávamos por
nada. Acho até que estávamos cansados, mas não lembro. Falávamos por horas e
horas, de ida e de volta. Naquela época, tudo parecia ter volta.
Pensei nisso ontem. Até escrevi um
poema. Mas ele era tão triste e em nada se parecia com os momentos que estão eternizados.
Sempre pensei que o autor precisa estar muito bem e seguro de si para escrever
algo que faça o leitor chorar. Por outro lado, toda frase escrita com o peso
certo de dor é para ser lido com um suspiro. A dor tem uma plasticidade difícil de descrever.
Toda composição é um acúmulo de solidões. De corredores povoados por gente que só passa. Ontem, o dia estava tão bonito, que desejei que todos se encontrassem. Inclusive eu.
Toda composição é um acúmulo de solidões. De corredores povoados por gente que só passa. Ontem, o dia estava tão bonito, que desejei que todos se encontrassem. Inclusive eu.
O que encontraríamos se
reconstruíssemos todos os nossos diálogos? Tudo o que já fomos, o esboço do
queríamos ser. Teríamos nós, por inteiros. Ou o que sobramos das
desconstruções. Parece loucura, mas teríamos o mais verdadeiro de nós. De uma
época em que poderíamos ser tudo, sem peso de escolhas anteriores. De uma época
que queríamos tudo, com muito mais paciência do que agora.
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