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domingo, 31 de outubro de 2010

Nem Sempre

Nem sempre

Apenas algumas considerações sobre a vida:
1ª: Nem sempre se pode esperar poesia.
2ª: Nem sempre se pode esperar.
3ª: Nem sempre se pode!
4ª: Nem sempre...
Bom seria se sempre nos sentíssemos confortáveis como na lembrança mais gostosa da infância. Uma tarde de inverno; a casa dos pais; o sol batendo na vidraça, clareando e aquecendo timidamente o ambiente; o cheiro do bolo de laranja saindo do forno; os livros de poesia... Mas não é sempre assim!
Perdemos velhos e valiosos prazeres para a correria do dia- a- dia. Moramos sozinhos; comemos enlatados; preferimos incontestavelmente o escaldante sol de verão; lemos o necessário, nada mais. Ainda assim, esperamos da vida uma poesia. Pode até parecer hipocrisia, mas é verdade. Reclamamos se não recebemos tudo o que pedimos, se não ouvimos palavras doces e bonitas; gostamos de elogios e de reconhecimento; queremos receber flores com um cartãozinho cheio de rimas. De vez em quando, nos flagramos sonhando acordados. Mas é preciso saber também que nem tudo sai da maneira que ensaiamos. No treino é uma coisa, já no jogo... Nem sempre se pode esperar poesia.
Por não ser tão fácil, justa, delicada, com gosto de moranguinho, como deveria ser a vida, é que nem sempre se pode esperar! Há situações em que é preciso fazer acontecer, mesmo! Esperar adia, mas não adianta. Foi difícil abrir mão do conforto da casa paterna, do copo de leite morno antes de dormir, do ursinho de pelúcia, mas já que enfrentamos tudo isso, agora é preciso ir mais longe. Ousar um pouco mais, e já!
Isso também não quer dizer que todos os nossos problemas desaparecerão. Ninguém aqui, até agora, descobriu que possui super-poderes e, ainda que possua, não sabe como usá-los... É preciso ter em mente que, infelizmente, nem sempre se pode... Limites sempre são frustrantes, mas saber até onde se pode ir é uma grande tática para chegar sempre! Nem sempre se vence, mas não é por isso que se deixa de jogar, não é mesmo? Não há nada de errado em pedir ajuda para ir mais longe da próxima vez.
Nem sempre. Esse é o ponto inicial e final. O grande segredo da vida. Nem sempre saberemos para onde ir, nem como chegar; por outro lado, nem sempre estaremos perdidos, mesmo em um caminho novo. Nem sempre dançaremos no ritmo, como, nem sempre pisarão em nossos pés. Nem sempre conquistaremos tudo e, nem sempre perderemos tudo o que temos. Nem sempre receberemos bons conselhos, nem sempre daremos ouvidos a terceiros. Saber dosar: é o quarto princípio sobre a vida e a grande preparação para viver os outros três com intensidade e sabedoria.

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