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sábado, 13 de novembro de 2010

A ESTRADA DA VIDA

O menos promissor dos mortais é o que encara o momento em que se encontra como um degrau. E agora ligou o alarme de incêndio da maioria dos filósofos e terapeutas. Não; definitivamente, não despencou sem pára-quedas a teoria de um passo de cada vez. Apenas proponho uma visão diferente, a começar pela visualização da subida.
O presente não pode ser um degrau. Degrau é estagnado. A vida, seja qual for a situação, é fluente e, entre por o pé no próximo degrau ou cair de costas, já se modificou várias vezes, ou até mesmo passou. O agora é muito mais uma estrada, uma rampa pode ser, mas eu não vou dizer que é cheia de curvas e pedras. Cada um conhece ou vai descobrir a sua, e geralmente, para os bons caminhantes, ela é em linha reta, assim, a meta, por mais distante, sempre é visível.
O degrau, o qual você acha que se encontra neste momento, é apenas um vão entre outros dois absolutamente iguais. É pouco. Se esse é o seu presente, é muito pouco! O presente é a única coisa que você possui. O oásis que esperas encontrar no topo, talvez não chegue, ou talvez você não mereça por não ter enfeitado sua alma com as flores que lhe eram oferecidas pelo caminho que percorrestes. Mas que flores, se não vistes nem a estrada? Onde ficam as cores no apertado e vazio degrau que insistes em arquitetar? Será mais divertido enfrentar a tudo como uma caminhada; a filosofia é a mesma, mas o horizonte é muito maior, e sempre tem o pôr- do -sol.
O problema da tradicional escada, repleta de degrauzinhos, é o medo de altura. Não é por nada que apenas os corajosos, ousados e alguns aventureiros, conseguem chegar ao degrau mais alto, à vitória, ao sucesso. Para a maioria, a subida é temerosa, e tanto olhar para cima, como para baixo, dá vertigem. O que fazem, então? Agarram-se com força ao que têm, não se mexem, e acabam transformando o degrau temerário em sua morada. Já, uma estrada, não é isenta de perigos, mas na hora do medo, permitirá a você correr para algum lugar, e o simples fato de andar, seja para frente, ou para trás, transforma. A estrada é mais democrática: permite ao destemido e ao fóbico chegar.
Então, que “passado” não seja o único verbo de movimento na sua vida. Valorize o seu presente, extraindo dele tudo o que for possível. Não espere ansiosamente por um grande final, esquecendo que a sua vida é agora! Torne seu dia, hoje,parecido com o que você sonha para daqui um, cinco, vinte anos, pois você já possui quase tudo o que precisa; só falta o certificado de aprovação na escola da vida, oferecido àqueles que souberam extrair dela o código secreto para o desfecho feliz. Boa caminhada.    

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